ESPÉCIES NATIVAS DA CAATINGA PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Resumo

O objetivo deste estudo foi prospectar, dentre as espécies de crescimento espontâneo em aterros compactados, plantas nativas da Caatinga com potencial para cobertura de solo em áreas extremamente impactadas, de solo exposto. Inicialmente, foi realizado um levantamento florístico geral nas quatro áreas do estudo. Para prospectar as espécies, foram coletados, em cada área, dados referentes à riqueza, cobertura e ao adensamento das plantas do estrato herbáceo, utilizando-se o método de parcelas. A seleção balizou-se nas características espécie-específicas: origem, hábito, ciclo de vida, propagação, síndrome de dispersão, cobertura, adensamento e efeito alelopático. O inventário florístico geral revelou a presença de 73 espécies pertencentes a 63 gêneros e 26 famílias botânicas. No levantamento da cobertura e adensamento do estrato herbáceo, foram encontradas 33 espécies pertencentes a 32 gêneros e 16 famílias, sendo as mais representativas; Fabaceae (5), Malvaceae (5) e Poaceae (5). Quanto à origem, 26 são nativas, 1 naturalizada e 6 exóticas, das quais 66,6% na família Poaceae. Além disso, a maioria dessas espécies são ervas, com ciclo de vida anual, disseminação por meio de sementes e apresentam dispersão autocórica. A cobertura e o adensamento dessas espécies variaram de 0,44% a 9,5% de área e 1 a 4,44 de indivíduos/m², respectivamente. As espécies Senna uniflora, Rhaphiodon echinus, Sida galheirensis, Mesosphaerum suaveolens, Hexasepalum teres, Waltheria rotundifolia, Trianthema portulacastrum e Herissantia crispa apresentaram potencial para utilização em planos de recuperação de áreas degradadas baseado nos resultados apresentados por cada uma delas nos parâmetros analisados, especialmente na cobertura, adensamento, síndrome de dispersão e ciclo de vida.

Palavras-Chave: Estrato herbáceo; Adensamento; Cobertura vegetal