RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E MORFOANATÔMICAS DE Bowdichia virgilioides KUNTH. (FABACEAE) AO GLIFOSATO

Resumo

A expansão do agronegócio no Brasil, se deve em parte pela ampliação das áreas agricultáveis no Cerrado, o que, consequentemente, leva a um aumento do uso de herbicidas, entre eles o glifosato. Em vista disso, objetivou-se avaliar as respostas fisiológicas e morfoanatômicos de Bowdichia virgilioides Kunth. (Fabaceae), quando expostas ao herbicida glifosato, em condições controladas de casa de vegetação. Além disso, o estudo se propôs a identificar possíveis padrões de respostas da espécie estudada, com o propósito de fornecer subsídios para o estudo da espécie, em áreas atingidas por deriva deste herbicida. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com sete doses do herbicida: 25, 50, 100, 200, 400, 800 e 1200 g i.a ha^-1, além d o controle (0), com quatro repetições cada. Foram analisados: trocas gasosas, emissão de fluorescência da clorofila a, conteúdo de pigmentos cloroplastídicos, permeabilidade de membrana e características visuais e anatômicas. Os resultados mostraram que o glifosato é fitotóxico para B. virgilioides, pois, mesmo em doses baixas este herbicida foi capaz de afetar todos os parâmetros analisados. Houve também a confirmação da presença de compostos fenólicos, principalmente no parênquima paliçádico. As alterações metabólicas apresentadas, comprovam a sensibilidade de B. virgilioides ao glifosato. Dessa maneira, as respostas observadas, podem servir como ferramenta de diagnóstico dos efeitos da exposição de glifosato sobre essa espécie, presente em áreas nativas atingidas pela deriva deste herbicida. Seu uso indiscriminado é um risco à biodiversidade do Cerrado.

Palavras-Chave: Herbicida; Fitotoxicidade; Cerrado